terça-feira, 8 de maio de 2012

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como aquelas madrugadas divertidas
recheadas de carinho e risada
que nos trouxe de novo à vida.

como o brilho do teu olhar
naquela tarde ensolarada
onde nada mais importava. beijar.

como as curvas do teu corpo
naquela noite tão esperada
que nos trouxe o novo. de novo.

como o teu sorriso leviano
naquele momento em que, do nada,
você disse: eu te amo.

como as tuas lindas palavras
naquele instante, creio, descontrolada:
'eu quero estar grávida'.

como nossos planos feitos
naquela praia, ter uma vida compartilhada,
tamanho amor trazias no peito.

como tua convição ao fazer-me crer
que encontraríamos a solução almejada,
que se tratava do 'nós', não do 'eu e você'.

como todas estas coisas, estou vazio.

sábado, 3 de março de 2012

as lágrimas

as lágrimas nascem nos olhos.
talvez sejam mesmo os olhos os culpados por cada uma delas. olhos teimosos, que se recusam a tirar da retina a imagem daquele amor impossível. não. os olhos não se importam, eles querem apenas olhar e olhar e olhar pra'quele sorriso lindo. não importa que a beleza do sorriso esconda a falta de palavras.
as lágrimas então rolam pela face.
e talvez seja a face a culpada por cada uma delas. face teimosa, que se recusa a deixar de esperar por um afago que não vem. não. a face não se importa, ela quer apenas esperar e esperar e esperar por aquele carinho que - ela acredita - virá. não importa que a esperança seja, talvez, eternamente uma espera.
as lágrimas então rolam pela boca.
pensando bem, pode mesmo ser a boca culpada por cada uma delas. boca teimosa, que se recusa a esquecer o gosto daquele beijo. não. a boca não se importa, ela quer simplesmente sentir e sentir e sentir o tato daqueles lábios macios, o cheiro da saliva, o toque da língua. não importa quão afiada e insensível seja esta última.
as lágrimas então saltam. queda livre. chegam no coração.
será o coração o culpado por cada uma delas?